Imagens filmadas na região central de Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande, está circulando nas redes sociais em que duas pessoas dentro de um veículo de passeio “tiram onda” com os militares do Exército Brasileiro que faz parte da Operação Ágata, que é uma ação conjunta das forças de segurança em combate ao crime organizado na região de fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai.
Pelas imagens divulgadas, o vídeo foi gravado próximo ao Trevo das Cuias, quando um dos passageiros deste veículo filma um caminhão do Exército na frente e logo após, abaixa a câmera do celular e filma o interior do carro que possui um rádio comunicador e que está recheado de maconha.
Conforme a legenda do vídeo, “É disso que nois (sic) gosta. Sexo, Drogas e Violência. Pancadão do Tráfico”.
Operação Ágata
Desde de segunda-feira (06), a fronteira entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã receberam o reforço das Forças Armadas através da Garantia da Lei e da Ordem, aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda na quarta-feira (1º de novembro), ocupando as principais rodovias que liga o Estado à Bolívia e ao Paraguai.
Durante uma coletiva de imprensa no início da semana, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, fez questão de afirmar que a popular “GLO” já está funcionando no Estado, com a presença do Exército brasileiro; Marinha e Aeronáutica.
“As forças armadas, de uma maneira geral. As nossas forças de segurança pública totalmente integradas e isso é muito positivo. A gente já vinha com o ‘I’ da inteligência na segurança pública [e da integração] funcionando muito bem”, argumentou.
Riedel ainda comentou que é preciso tirar do imaginário popular que, a segurança pública sul-mato-grossense será realizada apenas por forças estaduais ou mesmo federais, nos casos das polícias Federal e Rodoviária (PF e PRF).
“Essa capacidade de integração ajuda muito. E o ministro, ao decretar essa GLO lá no Rio e São Paulo, e reforçar toda essa estrutura de Fronteira, eu não tenho dúvida que ajuda muito e o Estado só sai fortalecido esse processo”, concluiu o Governador.
Entenda como funciona a operação
Inicialmente, os militares estão autorizados a atuarem entre as datas de 06 de novembro e 03 de maio de 2024, um total de 179 dias e aproximadamente seis meses de serviço.
Conforme o decreto de convocação das Forças Armadas para combate ao crime organizado, serão empregados 3.700 militares, sendo:
1.100 | da Marinha e
600 | da Aeronáutica
2.000 | do Exército (2,3 mil km de fronteira)
Seguro que com os militares nas fronteiras, seria a melhor solução, o Ministro da Justiça, Flavio Dino esclareceu, durante divulgação da GLO, que “durante meses foi debatido com especialistas” a operação que terá objetivo para combate ao crime organizado, mirando eixos logísticos e financeiros dessas organizações.
“Eu garanto a vocês que os melhores especialistas do Brasil foram ouvidos, que são policiais e membros das Forças Armadas”, afirmou Dino.
Cabe lembrar que, como abordou recentemente o Correio do Estado, essas forças de segurança, em Mato Grosso do Sul, devem atuar principalmente nos municípios de fronteira seca entre Brasil/Paraguai/Bolívia (Ponta Porã e Corumbá).
Além disso, a Marinha ficará encarregada de patrulhar aqueles quatro municípios de MS que abrigam também o Lago de Itaipu:
Mundo Novo,
Eldorado,
Naviraí e
Itaquiraí
“Neste caso, não é necessário GLO. Na faixa de fronteira, o Exército e a Aeronáutica atuarão em articulação com a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal”, frisou Dino.