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O juiz federal Ricardo Duarte Ferreira Figueira decretou a prisão preventiva, por uso de documento falso, do narcotraficante Lucas Barbosa de Almeida, o “Bonitinho”, preso dia 31 de julho, em Ponta Porã, cidade localizada na região de fronteira com o Paraguai.
Segundo o site Campo Grande News, alvo de mandado de prisão preventiva no âmbito da Operação Iporã, deflagrada pela Polícia Federal, Lucas era foragido da Justiça paulista e morava há 15 anos em Ponta Porã usando identidade falsa em nome de “Lucas Alencastro de Almeida”.
Ex-integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), ele está condenado a dez anos de reclusão pela 5ª Vara de São José do Rio Preto (SP), por tráfico de drogas.
A PF deflagrou a operação para desmontar a organização criminosa comandada por “Bonitinho”. Onze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Ponta Porã e um em condomínio de luxo em Pinhalzinho, no interior paulista.
Lucas “Bonitinho” foi preso na Rua Papagaio, 110, no bairro Cooophafronteira, região norte da cidade. Quando os agentes chegaram e pediram sua identificação, o traficante entregou uma CNH (Carteira Nacional em nome de Lucas Alencastro de Almeida. Por isso, além de cumprir o mandado de prisão preventiva, a PF o autuou em flagrante por uso de documento falso.
Durante a audiência de custódia, o juiz federal homologou o flagrante e descartou eventual concessão de liberdade provisória. “Há suficiente prova de materialidade e indícios de autoria delitiva”, afirmou.
O magistrado continua: “a prisão preventiva se revela necessária para garantia da ordem pública, dada a gravidade em concreto do delito, tendo em vista que o uso de documento falso perdurou por ao menos 15 anos, e garantiu a evasão do acautelado [Lucas de Almeida] do sistema penal, de modo que, pelo apurado até o momento, se evadiu, quando progrediu do regime fechado para o regime semiaberto”.
Além disso, conforme a decisão judicial, “Bonitinho” usou o documento falso para evitar cumprimento de pena por associação para o tráfico. “A prisão preventiva, por fim, também se revela necessária, considerando que o flagrado é reincidente, não reside no distrito de culpa e não há prova de residência fixa, que já demonstrou disposição para se ocultar da persecução penal”.
Ricardo Duarte Ferreira Figueira cita ainda os “vários elementos” indicando a periculosidade social do preso, “assim como a imprescindibilidade do cárcere cautelar como única medida cabível para evitar a reiteração criminosa e assegurar a instrução processual e a futura aplicação da lei penal”.
Casal de MS
Além de Lucas Barbosa de Almeida, a PF prendeu ontem um casal de empresários de Ponta Porã. Adilson Stein Dominguez e Luana Brites Alves são investigados por integrar a organização criminosa.
A empresa deles, a “Lanaira Moda Fitness”, localizada na Avenida Brasil, centro de Ponta Porã, foi interditada pela Justiça Federal por suspeita de lavagem de dinheiro do narcotráfico. Durante mandado de busca na casa dos empresários, os policiais federais encontraram grande quantidade de armamento e os dois foram autuados em flagrante por crime contra o Sistema Nacional de Armas.
Ainda durante a operação de ontem, a PF apreendeu 18 veículos, cumpriu o sequestro de seis imóveis, indisponibilidade de patrimônio avaliado em R$ 10 milhões e a interdição de quatro empresas, além da apreensão de seis armas, munições e pelo menos R$ 50 mil em espécie. “Iporã”, em guarani, significa “bonitinho”, em referência ao apelido de Lucas Barbosa de Almeida.