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Assassinato de “Gringo” Gonzalez põe fim a uma era de medo e terror no submundo do crime na fronteira

A execução do empresário Clemencio Gonzalez Gimenes, o “Gringo” Gonzalez, marca o fim de uma era de muito medo e terror na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

Fontes ouvidas pela reportagem do PONTAPORAEMDIA junto ao setor de investigações da Polícia Nacional do Paraguai em Pedro Juan Caballero, aponta “Gringo” como um dos mais sanguinários e temidos chefes do submundo do crime e principalmente, chefão em crimes de pistolagem na região de fronteira.

A “Gringo” são atribuídas centenas de execuções sumárias, incluindo aí ex-funcionários que em determinado momento “pisaram na bola” com ele, desobedecendo alguma ordem dada ou mesmo recusando o assassinato de alguém, seja por ordem de “Gringo” ou através de encomenda.

Ao lado de Clemencio Gonzalez, soma-se outros dois personagens muito temidos no submundo do crime e respeitados nesse meio, seja pela violência ou pela liderança que exerciam: Márcio Ariel Sanchez, o “aguacate” e Ederson Salinas Benítez, o “Ryguasu”. Ambos foram executados no ano passado.

TRIO TEMIDO

Os três poderiam compor a melhor trilha sonora de um bom filme de faroeste e certamente dariam uma excelente pauta para um filme em Hollywood.

O primeiro a ser executado com dezenas de disparos de arma de fogo – somente assim para pôr fim à vida desse trio – foi Ederson Salinas Benítez “Ryguasu”, vulgo Ryguasu, morto a tiros em fevereiro de 2023 no estacionamento de um supermercado na capital do Paraguai, Asunción.

Ele era considerado chefe de uma respeitada quadrilha de traficantes e pistoleiros que agiam na faixa fronteiriça e assim como os demais, vivia foragido mas exercia liderança inconteste no submundo do crime.

Não menos violento que “Gringo” e “Aguacate”, “Ryguazu” mantinha seu próprio grupamento e não obedecia e tampouco reconhecia a liderança de ninguém no mundo do crime na fronteira, conforme atestam agentes de investigações da polícia paraguaia.

“Ele mantinha sua própria prole de pistoleiros, e quem entrava não podia sair. Se saísse, era morte certa”, disse um investigador ao PONTAPORAEMDIA.

Em sua ficha, “Ryguazu” era apontado como mandante da execução do jornalista Léo Veras, crime ocorrido em fevereiro de 2020 em Pedro Juan Caballero.

Léo havia publicado uma matéria que teria “desagradado” ao chefão da pistolagem e seu fim foi prontamente decretado. Léo foi morto quando jantava com a família no bairro Jardim Aurora, em Pedro Juan.

“AGUACATE”

Poucos meses após, em junho do mesmo ano, o corpo de Márcio Ariel Sanchez, o “aguacate” foi encontrado em uma rua em uma manhã muito fria na fronteira. O corpo estava envolto em coberta e com várias marcas de disparos de arma de fogo de grosso calibre.

Era considerado o mais violento entre os pistoleiros.

A investigação da Polícia Nacional aponta que “Aguacate” não somente ordenava a matança, mas ele próprio saia a campo em busca de seu alvo quando a “encomenda” exigia mais cuidados para a vítima não escapar com vida.

Sem provas, a polícia paraguaia aponta que “Aguacate” foi vítima dos próprios pistoleiros que compunham sua “clã” que entendiam que sua liderança já havia expirado. Teria sido morto em uma emboscada e posteriormente o corpo sendo desovado em rua sem movimentação durante a madrugada.

“GRINGO”

O último fim de semana marcou a execução do terceiro integrante desse trio apontado como dentre os mais violentos que atuaram na fronteira.

Clemêncio “Gringo” Gonzalez foi considerado um dos homens mais poderosos no submundo da pistolagem e também no ramo do narcotráfico.

Também apontado como violento, de acordo com a investigação da polícia paraguaia, ele executava suas vítimas dentro de casa, após convida-los para um churrasco regado a muita cerveja e mulheres.

Homens chegaram de carro a um pequeno condomínio de quitinetes em Pedro Juan Caballero, e mataram a tiros Clemencio González, o “Gringo” González.

Em meados do ano 2011, “Gringo” entrou em atrito com agentes da Senad, ameaçando-os de morte. Um verdadeiro clima de guerra foi instaurado em Pedro Juan, que viveu “toque de recolher” por conta dessa situação entre “Gringo” e os agentes federais da Senad.

Ele foi considerado um dos traficantes mais temidos e violentos, e durante muitos anos foi um dos mais procurados pela Interpol, com alerta vermelho.

“Gringo” teria sido surpreendido pelos seus algozes na quitinete, onde estaria com duas jovens. Ele alugava o quarto há dois meses, conforme levantamento efetuado pela polícia paraguaia.

Com sua morte, está sepultado o último dentre os mais temidos e pode ser considerado uma lenda do submundo do crime ao lado de “Aguacate” e “Ryguazu”, como os pistoleiros mais famosos, violentos e conhecidos por não mandarem recados, seja por desavenças pessoais ou contratados para pistolagem.

Outros personagens poderiam ser citados, mas no enredo da violência na fronteira, conforme a Polícia Nacional do Paraguai em Pedro Juan, esse trio compõe o mais violento que agiu na região fronteiriça.

#PONTAPORAEMDIA 

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