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Chefe de clã do tráfico foge após STJ anular soltura

Novo mandado de prisão foi expedido, mas PF não encontrou Antônio Joaquim da Mota em seus endereços.

O temor da Polícia Federal se concretizou. Antônio Joaquim da Mota, 64, o “Tonho”, apontado como chefe de clã do tráfico de drogas e armas na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, está foragido.

Pecuarista e empresário ligado a políticos dos dois lados da fronteira, Tonho aproveitou a liberdade concedida em agosto pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Reynaldo Soares da Fonseca e desapareceu da fronteira. Possivelmente esteja escondido em território paraguaio.

Dias após conceder a liberdade, Reynaldo Soares da Fonseca suspendeu a decisão a pedido do MPF (Ministério Público Federal) e novo mandado de prisão foi expedido pela Justiça Federal.

O Campo Grande News apurou que, diante da nova ordem de captura, a Polícia Federal esteve nos endereços de Antônio Joaquim da Mota em Ponta Porã, mas ele não foi localizado, sendo então considerado oficialmente foragido, assim como o filho Antônio Joaquim Mendes da Mota, o “Motinha”.

Apontado como sucessor do pai nos negócios, tanto lícitos quanto ilícitos, “Motinha” escapou de três operações da Polícia Federal no intervalo de um ano e meio e segue “em local incerto e não sabido”.

Prende e solta

Em junho de 2023, no âmbito da Operação Magnus Dominus, Antonio Joaquim da Mota também teve a prisão preventiva solicitada pelo MPF junto com o filho e outros integrantes da organização, mas o pedido em relação ao patriarca foi negado pelo juiz de primeira instância.

O MPF recorreu e o TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região determinou que “Tonho” fosse colocado atrás das grades. No dia 20 de fevereiro deste ano, ele foi capturado pela PF quando circulava em um carro esportivo pelo centro de Ponta Porã e levado de helicóptero para o presídio federal em Campo Grande.

A defesa de Antônio da Mota recorreu ao STJ, alegando que a ordem de prisão violou o princípio do contraditório, além de ser desnecessária, pois “Tonho” não havia sido denunciado no âmbito das operações Hélix e Magnus Dominus.

Também questionou o fato de o acusado ter sido incluído no sistema prisional federal, mesmo sem pedido nesse sentido, e apontou excesso de tempo, pois em seis meses a Justiça não abriu prazo para resposta às acusações.

No dia 15 de agosto, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca não aceitou o pedido de habeas corpus, mas concedeu “ordem de ofício” para anular a decisão do TRF e determinou relaxamento da prisão preventiva.

Antônio Joaquim da Mota foi colocado em liberdade no mesmo dia. O MPF recorreu, alegando existirem “provas robustas” e que a decisão poderia levar à fuga do traficante internacional. O ministro então suspendeu a decisão anterior, mas “Tonho” já tinha fugido. A defesa dele ainda não se manifestou publicamente sobre a fuga.

CAMPO GRANDE NEWS

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