As autoridades policiais do Paraguai e do Brasil conseguiram desarticular uma perigosa quadrilha do Primeiro Comando da Capital (PCC) que estava em pleno processo de organizar um assalto a uma entidade bancária na fronteira entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã. Há várias semanas, os serviços de inteligência já possuíam informações sobre um possível ataque, o que levou a reforçar a presença policial na área central de ambas as cidades fronteiriças.
Jorge Daniel González e Marcio Henrique Benites, considerados membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), foram presos em Pedro Juan Caballero.
O plano incluía roubar veículos transportadores de valores na fronteira e assaltar bancos em Ponta Porã, além de grandes comércios em Pedro Juan Caballero. As informações coletadas levaram as forças de segurança a tomar medidas preventivas enquanto as investigações avançavam. Graças à rápida intervenção da Polícia Nacional e à colaboração com as autoridades brasileiras, o ataque foi frustrado antes de ser executado.
Captura de membros do PCC
Durante as operações realizadas em vários pontos da fronteira, as forças policiais conseguiram capturar vários membros-chave da organização. O principal alvo era Gilson Ferreira Dos Santos, conhecido como “Bola de Fogo”, que foi detectado pela Polícia Militar do Brasil em Ponta Porã no dia 17 de agosto. Ele trocou tiros com a polícia e foi detido após uma perseguição na linha internacional, quando tentava cruzar para o lado paraguaio. Durante o confronto, Ferreira Dos Santos ficou ferido e morreu mais tarde em um hospital de Ponta Porã.
“Bola de Fogo”, que tinha antecedentes por roubo qualificado, tráfico de drogas e homicídio, estava acompanhado por outro perigoso criminoso que conseguiu escapar para o lado paraguaio, onde foi interceptado e capturado pela Polícia Nacional, que estava em comunicação com seus pares do Brasil e em alerta caso os criminosos conseguissem cruzar a linha internacional.
O detido foi identificado como Joelcio Márquez de Souza, conhecido como “Tiro Certo”, um suposto especialista em explosivos, pertencente à facção criminosa mencionada. Após ser capturado, ele foi transferido para a Segunda Delegacia de Pedro Juan Caballero. Posteriormente, foi expulso do país e entregue às autoridades brasileiras. Márquez de Souza também tem antecedentes por tráfico de drogas e uso de documentos falsos.
Ontem, as autoridades localizaram o esconderijo de Willian Pereira Soares, conhecido como “Pitcharles”, de 35 anos, considerado um dos líderes da quadrilha. Ele havia escapado de uma penitenciária no estado do Paraná, Brasil, e teria recebido ordens para se estabelecer na fronteira e coordenar o golpe. A residência, localizada a poucos metros da linha internacional, foi invadida por agentes do Departamento de Combate ao Crime Organizado, que conseguiram prendê-lo. Ele tinha várias ordens de prisão por tráfico de drogas, homicídio e porte ilegal de armas.
Posteriormente, uma unidade do Departamento de Investigações, com apoio de fuzileiros do Grupo Especial de Operações (GEO), invadiu uma residência na fração Santa Ana, onde capturou outros dois membros da quadrilha de assaltantes.
Tratam-se de Marcio Henrique Benites, conhecido como “Raio X” ou “Radiografia”, que, segundo as investigações, tinha a missão de causar distúrbios queimando veículos e casas como elemento de distração, para evitar a rápida reação da polícia enquanto o grupo de assaltantes perpetrava o roubo.
“Raio X” ou “Radiografia” tinha um mandado de prisão por associação criminosa e tráfico de drogas, expedido pelo juiz da Segunda Vara Criminal da cidade de Campo Grande, Brasil.
O outro detido é Jorge Daniel González, conhecido como “Relâmpago”, um cidadão paraguaio de 33 anos, que também tinha instruções para queimar veículos e facilitar o golpe planejado. González tem antecedentes por exposição ao perigo no trânsito terrestre e resistência.
Com os mesmos foram apreendidos uma pistola da marca CZ com dois carregadores de 12 cartuchos de 9mm, um celular, uma balança de precisão, além de pacotes de maconha prensada e duas armas brancas.
As investigações continuam enquanto as forças de segurança de ambos os países reforçam a segurança na região para evitar futuras tentativas de organizações criminosas.