A região da Grande Vila Áurea está enfrentando uma verdadeira “epidemia”, com o visível aumento no número de andarilhos, ocorrências constantes de furtos e arrombamentos, além do número crescente de bocas de fumo espalhadas nos bairros adjacentes.
A maior “doença” nessa epidemia é o tráfico de drogas que permeia a região, com aumento do número de usuários circulando pelas ruas.
O cenário social é grave e os moradores não sabem mais a quem recorrer. “Não adiante mais chamar a polícia”, disse uma moradora.
Ela diz que a situação está fora do controle. “Eles estão em toda a parte, entram nos quintais e nas casas, assustam, ameaçam e se podem levam o que puderem”, disse ela, que pediu para não ter o nome divulgado.
Outro morador, que também pediu anonimato, disse que o foco do tráfico de drogas está na região da conhecida “favelinha”, mais precisamente na área de ocupação.
“Lá estão famílias de trabalhadores, pessoas do bem, mas o número de desocupados está crescendo muito e estão tomando conta”, alega ele, ao mesmo tempo em que pede socorro.
“Nesta semana voltaram a entrar em minha casa. Em três meses, entraram seis vezes, levaram tudo que tinha no quintal, mas tudo mesmo”, disse ele. “Desde pedaços de ferro retorcido até roupas e bicicletas”, afirma.
A questão transcende apenas de segurança pública. É uma questão social, atestam moradores.
Usuários de drogas atravessam a linha internacional entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.
“Eles furtam no lado brasileiro e vão vender ou trocar por droga no lado paraguaio”, disse um comerciante, que está pensando seriamente em colocar grades na porta do seu estabelecimento comercial e atender somente assim seus clientes.
“Dias atrás dois entraram aqui e exigiram de tudo um pouco para levar. Um deles armado com uma pequena faca de cozinha, essas de serrinha”, contou.
“Não temos a quem pedir socorro, estamos entregues à própria sorte”, disse. Ele também conta que dois usuários também entraram na casa de sua irmã e levaram tudo que estava no quintal, ameaçando que quem saísse de dentro da casa seria morto. Olha onde chegamos”, exclama.
O comerciante disse que as autoridades de segurança pública não fazem mais questão de atender chamadas. “E eles não estão errados, pois o que adiante prender esse povo e dois, três dias depois estão na rua de novo”, diz, desapontado.
Nas últimas semanas são várias as ocorrências de furto e arrombamentos na região da Vila Áurea, tanto a residências quanto estabelecimentos comerciais.
Pelas ruas é visível o número de usuários e andarilhos circulando pelos bairros.
Terrenos baldios e casas abandonadas são usados como moradia e esconderijo, inclusive de objetos furtados que no período noturno são levados para bocas de fumo na própria região ou no lado paraguaio, como afirmou o morador.
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