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Traficantes conhecidos por atuarem na fronteira do Brasil com o Paraguai em Mato Grosso do Sul foram presos enquanto passavam uma “temporada de férias” em Santa Catarina, na cidade de Balneário Camboriú. Eles estavam em um apartamento de luxo quando foram surpreendidos pela Polícia Federal e flagrados com armas e grande quantidade de dinheiro, na manhã desta sexta-feira (7).
Conforme as informações, em 22 de junho policiais federais viram os três homens saírem da praia Brava, em Itajaí, com armas na cintura. No dia, as equipes trabalhavam em outra investigação, mas a imagem dos três suspeitos armados em uma caminhonete Dodge Ram, com placas do Paraguai, mudou o foco da ação das forças de segurança.
Desde aquele momento, os federais começaram a monitorar o trio. Descobriram que os suspeitos estavam hospedados em condomínio de alto padrão em Balneário Camboriú.
Com as investigações, a polícia de Santa Catarina chegou a identificação do primeiro suspeito: Kadu Cezar Machado da Silva. Era no nome dele que o aluguel do apartamento de luxo estava. Logo as equipes tinham em mãos informações sobre o turista.
Cidadão com dupla nacionalidade – brasileira e paraguaia – Kadu tinha passagem por porte ilegal de arma de fogo no Paraguai. Os policiais descobriram também que ele ia com frequência em um outro endereço de Balneário Camboriú, esse registrado em nome da mãe dele. O pai, tinha ficha criminal em Ponta Porã – cidade a 295 quilômetros de Campo Grande.
A investigação se aprofundou: moradores do condomínio foram entrevistados, câmeras dos locais em que eles passavam fiscalizadas, bancos de dados analisados e contato direto com a polícia de Mato Grosso do Sul e do Paraguai estabelecido. Surge então um segundo nome, Diovani Luiz Bello.
Diovani é velho conhecido da polícia. Em 2017 ele foi preso em um bunker com armas de grosso calibre, munições e maconha, comandando por uma das facções criminosas mais poderosas do Brasil em Ponta Porã. Na época, foi apontado como comparsa de Elton Leonel Rumich da Silva, o “Galã”, responsável por ordenar a execução de Jorge Rafaat Toumani.
Considerado o chefe da fronteira entre o Brasil e o Paraguai em Mato Grosso do Sul até sua morte, Rafaat foi morto a tiros de metralhadora calibre 50, em junho de 2016. Para a polícia, Galã foi enviado pela facção que nasceu nos presídios de São Paulo para assumir o controle da principal rota do tráfico de armas e drogas no país, mas encontrou a resistência do narcotraficante e por isso, planejou o crime.
Conforme investigações antigas, Diovani era um dos integrantes do grupo criminoso de Galã. Segundo as investigações da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, ele fazia parte do grupo que foi ao cemitério municipal de Ponta Porã, desenterrou o caixão do narcotraficante e ateou fogo em seu corpo, em junho de 2017 – um ano depois da sua morte.
A prisão
Diante de todas as provas contra o trio, que foi visto mais de uma vez com armas nas cinturas, a Polícia Federal de Santa Catarina pediu a justiça autorização para fazer busca e apreensão nos dois endereços ligados aos suspeitos.
Com mandados em mãos, os policiais foram ao apartamento de luxo nesta sexta-feira (7). Os três homens acabaram presos – entre eles Diovani e Kadu – em flagrante porque guardavam armas, dinheiro – inclusive estrangeiro – vários iPhones, além de garrafas de bebidas.
O nome do terceiro suspeito, Julio Javier Benítez vulgo Pechu.
Os detidos são Kadu Cezar Machado Da Silva e Julio Javier Benítez, vulgo Pechu, ambos com mandados de prisão por tentativa de homicídio em Pedro Juan Caballlero no dia 17 de Junho.
#PRIMEIRAPAGINA