A Operação Hinterland deflagrada através de ação conjunta entre forças policiais do Brasil, do Paraguai, da Alemanha e da França, revela que a região Sul de Mato Grosso do Sul era usada como ‘porta de entrada’ de cargas de cocaína.
A droga era produzida na Bolívia, levada para o Paraguai e entrava no Brasil por Ponta Porã, município localizado na linha de fronteira com Pedro Juan Caballero.
Depois, a cocaína era levada em caminhões até cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e armazenada nas próprias empresas da organização criminosa ou em depósitos próximos aos portos de Rio Grande e Itajaí.
A droga era inserida em cargas regulares com a intervenção e coordenação da alta administração das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, proprietários das cargas lícitas, normalmente de insumos que poderiam mascarar a droga quando submetida aos controles alfandegários.
Já no continente europeu, o grupo comprador do entorpecente furtava a parte da carga regular que continha a cocaína, para distribuição em diversos países da Europa.
Em dois anos de investigação, foi comprovado que a organização criminosa movimentou 17 toneladas de drogas que tinham como destino a Europa, sendo que 12 toneladas foram apreendidas.
Para a realização da Operação Hinterland, a Polícia Federal celebrou acordos de Cooperação Policial Internacional com a Alemanha e Paraguai, e acordos de Cooperação Jurídica Internacional com a França e a Alemanha, para execução das medidas.
A Polícia Federal contou ainda com apoio da Europol (Agência da União Europeia para Cooperação Policial), da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai.